sábado, 27 de novembro de 2010

Prosa MARIA

Mulher ativa é Maria

Sempre fala e grita

E cheia de ousadia...

Pede esmola todo dia!

Veste-se sempre de alegria

Esta exibida mendiga.

Que usa badulaques de mandinga!

Para uns uma louca bem varrida...

Para outros uma pedra no sapato...

A quem ache uma desgraçada

Que não tem nenhuma graça...

A quem queira dar nela bordoada...

E vai maltrapilha sorrindo, gargalhando

Vivendo e transpirando seu destino!

E segue desafiando os princípios da felicidade...

Isto incomoda a nossa equilibrada sociedade

Que empoem preço e direito a prosperidade...

Resumindo apesar de tudo uma Maria é feliz!

Essa danada não nasceu na rua,

Ela tinha sua casa

E adorava da varanda ver lua!

Sua mãe era Maria da graça

Que adorava tomar uma cachaça

Seu pai era o rei da praça...

Veio a policia e acabou tudo

Seu pai morreu de, sobretudo.

E sua mãe louca largou tudo...

Ela com treze enfrentou o mundo!

Ela esqueceu seus sonhos

Conheceu e venceu seus medos...

Fugiu de seus mentores

Que queriam ser seus feitores...

Aprisionando-lhe em selas santas

E fez do mundo seu quarto

Ela amava Deus...

E beijava o Diabo...

E se sentiu um Anjo desgraçado

Num paraíso jamais imaginado!

Aprendeu a sentir fome

E a esquecer seu nome...

E viu sua bela aparência

Mergulhar numa decadência

E aos poucos perdeu a decência

Aprendeu a ser fértil mulher...

Nasceu seu amor e lhe tomaram

Sobrou a apenas a saudade...

E uma boneca velha do lixão

Que foi o consolo para sua emoção...

Mas ela se fez Maria felicidade!

Loucura?

Não, sobrevivência...

Ela não sonha

E sim ela um sonho!

Mario Macedo de Almeida

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